Daniel Porto - TERRAL
O vereador Carlos Almeida Filho registrou que o esgoto do presídio é lançado sem tratamento na lagoa do Meio
A discussão em torno de um estudo ambiental ganhou contornos políticos e provocou polêmica no legislativo de Linhares na sessão de segunda-feira (9). O assunto passou a ser debatido assim que o professor Luciano Cunha Cabral ocupou a tribuna ao lado de alunos do ensino médio da escola Polivalente 1, situada no bairro Novo Horizonte.
Representando os estudantes, Joyce Lacerda mostrou para o público os resultados de uma investigação de contaminação da lagoa do Meio e o professor Luciano frisou que é importante mostrar os dados aos munícipes e levar as demandas às autoridades, pois o objetivo é preservar os recursos naturais do município.
Após as explanações, alguns parlamentares direcionaram falas ao poder público municipal. Porém, com o andamento da sessão, o enfoque chegou ao governo estadual e ao deputado Lucas Scaramussa, secretário de Meio Ambiente de Linhares nos períodos 2009 - 2012 e 2017 - 2018. E ainda ao secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, que é de Linhares.
Ao usar a palavra, o vereador Tarcísio Silva (PSB) afirmou que muitas verbas chegam para cuidar da linha verde, mas há desperdício de dinheiro público. Ele enfatizou que os recursos são jogados “no esgoto” há mais de 20 anos e que a obra não é concluída “para não acabar com a fonte”.
“A linha verde é a maior enganação política de Linhares”, frisou Tarcísio. No legislativo desde 1989, o vereador não deixou claro se em algum momento de sua atuação parlamentar formalizou as acusações que fez na sessão ao ministério público e aos demais órgãos competentes.
Já o vereador Carlos Almeida Filho (PDT) lembrou que o presídio construído pelo governo estadual perto do bairro Jardim Laguna possui mais de 400 presos. “Os detentos fazem as suas necessidades fisiológicas diariamente e tudo é lançado sem tratamento na lagoa do Meio”, registrou.
Além de reforçar as palavras de Carlos Almeida, o vereador Juarez Donatelli (PV) pontuou que o professor Luciano Cabral esteve à frente da Secretaria de Meio Ambiente na gestão Nozinho Correa (2013 - 2016) e que na época o problema envolvendo o esgoto do presídio já existia.
Em seguida, cobrou uma posição do deputado estadual Lucas Scaramussa, já que ele foi secretário de Meio Ambiente de Linhares durante muitos anos. “Devemos cobrar do agora deputado e do governo estadual ações para o setor e que resolvam o problema do esgoto do presídio”, declarou o vereador.
Juarez Donatelli acrescentou que o secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni é de Linhares e também deve se preocupar com as questões que envolvem o município. “Precisamos do envolvimento de todos: sociedade e governos federal, estadual e municipal. Não adianta querer responsabilizar apenas A ou B”, concluiu.
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Para o vereador Juarez Donatelli, o meio ambiente precisa do envolvimento de todos