Quinta-Feira, 25 de abril de 2024

Indústrias de Linhares apresentam crescimento durante a pandemia

Publicado em 22/10/2020. https://jornalterral.com.br/t-42R

Por José Carlos Leite

A pandemia do novo coronavírus, que abalou fortemente a economia do país em diversos setores, provocou efeitos contrários aos que se esperavam na indústria moveleira. Ao invés de retração, a partir do mês de maio, houve crescimento nas vendas, tendência que deve se manter pelo menos até o final do ano.

Em Linhares, que abriga um dos maiores polos moveleiros do Brasil, os empresários comemoram o bom momento, mas mantêm a cautela devido à incerteza em relação ao futuro. A ‘bolha’ de crescimento no setor provocou escassez e significativa alta nos preços da matéria prima, o que dificulta a produção.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e região Norte do Espírito Santo, Bruno Barbieri Rangel, confirmou o aumento nas vendas, mas, segundo ele, ainda não foi possível apurar os números exatos desse crescimento no município.

Bruno Rangel citou dados da Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimovel) que indicaram em julho elevação de 27% na produção de móveis em comparativo com o mês anterior.

O incremento nas vendas fez aumentar a demanda de produção e, com isso, possibilitou novas contratações no setor. De acordo com o presidente do Sindimol, somente em julho, 152 novos postos de trabalho foram criados em Linhares pelas indústrias moveleiras. O número é mais que o dobro das 67 contratações realizadas no mesmo período do ano passado.

Mas, apesar do momento favorável, nem tudo é motivo de comemoração. Proprietário da MGM Móveis e diretor presidente do Sindimol, Bruno Barbieri Rangel, pondera que o setor também enfrentou dificuldades no início da pandemia. “Foi um período conturbado, não sabíamos o que estava por vir, tínhamos a preocupação com a saúde de nossos colaboradores e, num primeiro momento, tivemos que fazer algumas demissões em razão da instabilidade da economia”, lembrou.

A posterior elevação da demanda de produção, segundo ele, ocasionou o maior problema enfrentado atualmente pelos industriais moveleiros: a escassez e a alta nos preços da matéria prima.

O Auxílio Emergencial concedido pelo Governo Federal a cerca de 65 milhões de brasileiros, na avaliação de Bruno Rangel, foi um dos fatores determinantes para a retomada do crescimento na produção e nas vendas da indústria moveleira.

 “As pessoas passaram a olhar mais para o seu ambiente doméstico durante o período de quarentena e, sem opções de lazer, entretenimento e turismo, direcionaram os recursos disponíveis para reformas e aquisição de bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos”, observou.

 

Assessoria do Sindimol

O presidente do Sindimol, Bruno Barbieiri Rangel, confirmou o aumento na produção e nas vendas de móveis

 

Divulgação

Novos postos de trabalho foram criados em Linhares pelas indústrias moveleiras durante a pandemia

 

Divulgação

O Polo Moveleiro de Linhares é um dos mais importantes do país

 

Empresários avaliam momento

Por José Carlos Leite

Diretores de três das mais importantes indústrias do Polo Moveleiro de Linhares avaliaram o momento e reforçaram a necessidade de cautela, em virtude do clima ainda ser de instabilidade.

Paulo Joaquim do Nascimento, diretor presidente da Panan Móveis, frisou que ainda existe muita incerteza em relação ao futuro, o que impede o setor de pensar em novos investimentos a curto prazo. O aquecimento nas vendas, segundo ele, deve permanecer pelo menos até o final do ano.

Já Nicholas Pessoti, diretor da ACP Indústria de Móveis, avaliou que o setor moveleiro, a exemplo de outros como a construção civil, está vivendo o que chamou de ‘bolha de crescimento’. “Houve aumento na produção e nas vendas, ao mesmo tempo que também subiram os custos de produção e, principalmente, os preços da matéria prima, que está em escassez no mercado”, explicou.

Ademilse Guidini, diretor da Móveis Cimol, fez uma avaliação mais otimista. Para ele, o mercado deve permanecer aquecido até março de 2021. O empresário inclusive estuda a viabilidade de investimento na substituição de maquinários e melhoria tecnológica dos processos de produção.

O que preocupa e pode comprometer o desempenho, segundo Guidini, são os sucessivos e abusivos aumentos nos preços da matéria prima, mesma ponderação feita por Nicholas Pessoti.

O volume de vendas da ACP Móveis cresceu em torno de 40% nos últimos meses, de acordo com o diretor Nicholas Pessoti, enquanto que a alta nos preços da matéria prima utilizada na fabricação de móveis chegou em muitos casos aos 50%.

Para suprir o aumento da demanda de produção, a ACP gerou 30 novos empregos formais no município, segundo o empresário. Além disso, acrescentou ele, foram recrutados 20 reeducandos do sistema prisional, num projeto desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

Já a Panan Móveis contratou 70 novos funcionários durante a pandemia e ampliou a capacidade de seus turnos de produção. O crescimento nas vendas da empresa, segundo o diretor Paulo Joaquim do Nascimento, oscilou entre 20 e 25% no período.

Na Cimol, o quadro de funcionários aumentou em 6% e a capacidade de produção da indústria foi ampliada em 15%, de acordo com o diretor Ademilse Guidini.

 

Fotos: divulgação

Paulo Joaquim do Nascimento, diretor da Móveis Panan

 

Empresário Nicholas Pessoti, da ACP Indústria de Móveis

 

Ademilse Guidini, diretor presidente da Móveis Cimol

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