Felipe Reis

Bruno Sibílio

Por Marcelo Martins
Nesta sexta-feira noturna (29/08/25) o auditório do Ifes Linhares parecia mais uma celebração do que um evento formal. Era o lançamento da Agenda Linhares 2025-2050, uma iniciativa da D. Porto Editora, sob o comando do jornalista, pedagogo bacharel em Direito Daniel Porto, uma referência que conheço de perto há mais de 40 anos.
E a cidade resolveu "sextar" com propósito. Nada de shows ou festas barulhentas. A lotação vinha de outro tipo de entusiasmo: o compromisso coletivo com o futuro.
Jovens estudantes, professores, profissionais liberais, empresários, políticos, líderes comunitários… todos ali, de diferentes origens, com ideias diversas, mas convergindo num ponto: Linhares precisa e deseja seguir crescendo com responsabilidade, inclusão e visão de longo prazo.
Educação, saúde, meio ambiente, cultura, direitos humanos, infraestrutura, segurança, economia… tudo colocado na mesa como quem traça um banquete de sonhos viáveis a céu aberto, sem cápsula do tempo fechada que acabou em mistério local.
Havia um clima raro no ar: o de pertencimento. E também tinha uma anfitriã à altura desse momento, a professora Sandra Bassani, doutora e mestre em Letras Neolatinas, especialista em gestão pública.
Jovem, firme e apaixonada pela educação, ela abriu a noite com uma fala que não só apresentou o evento, mas deu o tom da transformação que está em curso acelerado.
Sandra não é daquelas que aparecem só nas fotos de cerimônias oficiais. É de luta. É chão de escola, o bastidor aguerrido no planejamento e da conquista suada.
Foi ela quem, junto com um batalhão de estudantes e educadores, garantiu que a Faculdade de Ensino Superior de Linhares (Faceli) continuasse sendo pública, gratuita e referência no ensino superior do ES, sepultando uma tentativa de corrupção descarada por parte de políticos poderosos. Tratarei desse caso numa outra crônica.
É uma sacerdotisa da educação, diria, sem exagerar, uma “Paulo Freire de saia.”
Sob sua gestão por lá, a Faceli não apenas se manteve viva, mas floresceu e deu frutos. Concurso para professores, plano de carreira estruturado, cursos alinhados com a realidade local…
Uma faculdade feita para formar, de verdade, os profissionais que Linhares precisa.
No Ifes, onde há oito anos atua como diretora geral, com o mesmo fôlego, desenha novas paisagens. No momento divulga cursos de idiomas que vão do inglês ao francês, preparando os jovens linharenses para uma economia globalizada, conectada, multilateral.
E tudo isso sem perder de vista a identidade do município, sua gente, suas raízes culturais e humanas.
Aquela noite foi mais do que o lançamento de uma publicação editorial de plano e metas, uma carta de boas e legítimas aspirações da sociedade.
Foi o símbolo de uma cidade que decidiu olhar para si com maturidade e esperança.
Linhares cresce, agiganta-se no formato da sensatez política e social, como lembrou o jornalista e vice-prefeito Franco Fiorot, porque há quem cuide, quem pense, quem lute por aquele pedaço fértil das terras capixabas.
E naquela sexta-feira o verbo “sextar” ganhou novo significado: celebrar o coletivo, projetar o amanhã, abraçar o bem comum sob todos os aspectos.
Foi uma noite de festa, sim! Mas daquelas que a gente sai com a cabeça cheia de ideias, a alma alegre e o coração palpitando de orgulho.
Parabéns, Linhares, que neste mês agostiniano completou 225 anos de fundação sonhando e pensando os desafios futuros.