Segunda-Feira, 14 de outubro de 2024

Pré-candidato a prefeito, Lucas Scaramussa analisa o cenário político de Linhares

Publicado em 05/06/2020. https://jornalterral.com.br/t-YwD

As articulações políticas seguem intensas em Linhares. Nesta semana, o prefeito Guerino Zanon (MDB) exonerou o secretário de Finanças e Planejamento, Bruno Margotto Marianelli, e o titular da Agricultura, Franco Fiorot. Dessa forma, pode ter um dos dois como companheiro de chapa nas eleições previstas para outubro.

Tal movimento deixou insatisfeito o pré-candidato a prefeito Lucas Scaramussa (DC), entre outras coisas, pelo fato de Franco ser seu cunhado. Na tarde de sexta-feira (5), Lucas recebeu a reportagem do TERRAL e concedeu a seguinte entrevista:

 

TERRAL – Nesta semana o prefeito Guerino Zanon (MDB) exonerou os secretários Bruno Margotto Marianelli e Franco Fiorot. Como o senhor avalia esse movimento com vistas às eleições deste ano?

Lucas – Essa articulação já era esperada. Em abril, quando o prefeito filiou Bruno, Franco e Valdir Massucatti no Republicanos, ficou evidente que ele estava pensando nas próximas eleições. Na verdade, o Guerino perdeu o brilho. Ele se afastou das pessoas, do diálogo que deve nortear Linhares, dos servidores efetivos, das instituições públicas, do debate com o médio e pequeno empreendedor e dos mais simples. Isso faz com que ele precise ter várias opções de vice para tentar agregar valor a ele próprio.

 

– As exonerações são legítimas...

– Fazem parte do jogo político, mas Guerino sacrifica duas pastas importantes da administração para ter mais duas opções que agreguem força política a ele, além do Valdir Massucatti.

Ele precisa trabalhar com números até as eleições e deve usar essas alternativas para tentar uma aproximação com os apoiadores e as instituições que estão próximas a cada um desses nomes que tem à disposição. E vai tentar ganhar a simpatia de setores para o seu projeto de reeleição.

 

– O senhor está insatisfeito com a possibilidade de o Franco Fiorot, seu cunhado, ser o candidato a vice de Guerino nas eleições deste ano?

– As pessoas me questionam muito sobre o Franco, que é meu cunhado, mas cada um tem o seu tempo para entender o que representa a política e como ela é dura, principalmente quando mostra a sua pior face. Isso precisa ser digerido. É uma questão de opinião e lado – e é uma premissa da democracia. Pela política, o Guerino não vai conseguir desestabilizar o respeito familiar que existe entre eu e o Franco. Não vai mesmo!

 

– Então é possível que o senhor e o Franco estejam em lados políticos opostos no próximo pleito?

– Admito que sim, mas o que me incomoda são os cenários criados em cima de inverdades. Uma coisa que não procede se refere à possibilidade de Franco, uma vez candidato a vice e eleito, assumir a prefeitura em 2022. Não vejo a mínima chance. Tal mentira é algo visto como normal na política da cidade, mas não deve ser.

 

– Até as eleições de 2018 o senhor era aliado político do prefeito. O rompimento é definitivo?

– Afirmo categoricamente que a possibilidade de uma composição não existe. Há pouco mais de um ano recusei por duas vezes convites do prefeito para assumir secretarias municipais e mostrei que seguiria o caminho que acredito ser o melhor para a gestão pública e para a democracia participativa em Linhares. E a partir daí passei a conhecer de fato o lado mais duro da política local.

Digo mais: o prefeito, sabendo da intenção e das ações de pessoas que se uniam para oferecer outra opção de diálogo para a população, convidou um aliadoque tenho, o Mauro Rossoni, para ocupar espaço no seu governo e se afastar de um projeto novo, mas Mauro recusou o convite.

Agora, com o Franco, ele pode estar tentando separar gerações, separar um grupo que deseja algo independente para a cidade e um público que almeja mudanças.

 

– Mesmo com esse cenário complicado, com a população preocupada com o coronavírus, o senhor considera possível divulgar as suas propostas e obter sucesso nas eleições?

– A pandemia causada pelo coronavírus e a magnitude dessa crise na saúde e na economia tiram a vontade de muitos de dialogarem o futuro da cidade. Falta clima e é tudo muito triste, mas não podemos desanimar. Exceto a pandemia, da qual não temos culpa, as dificuldades que vivemos hoje são consequência das nossas omissões do passado. Já o futuro será fruto do que realmente nos importa hoje.

O que a péssima política deseja é que todos se calem e não dialoguem. E é por isso que pessoas se mantêm há décadas em cargos políticos, sustentadas pelo esforço diário de cada um de nós.

Respeito o que foi oferecido de bom até aqui, mas, após quase 30 anos ocupando cargos públicos, um político acaba, talvez até sem perceber, praticando o mesmo que combateu um dia.

Não vou gastar tempo ofendendo nomes de famílias ou pessoas. Vou dedicar a minha energia ao diálogo e às boas ações. É por isso que vejo com otimismo a próxima disputa eleitoral.

 

TERRAL

Lucas Scaramussa: “Guerino perdeu o brilho. Ele se afastou das pessoas [...]

Isso faz com que ele precise ter várias opções de vice para tentar agregar valor a ele próprio”

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