Terça-Feira, 8 de outubro de 2024

Setor alimentício capixaba aumenta faturamento, mesmo na pademia

Publicado em 29/07/2020. https://jornalterral.com.br/t-4wq

As empresas que compõem o setor alimentício no Espírito Santo aumentaram o faturamento, mesmo no período da pandemia do novo Coronavírus. É isso que aponta a 5ª edição do Boletim da Receita Estadual - Impactos Econômicos da Covid-19, elaborada pela Secretaria da Fazenda (Sefaz).

A análise foi feita com base nos dados de março a junho da Receita Estadual, na comparação com o mesmo período do ano passado. No intervalo, o setor varejista hortifrutigranjeiro foi o que apresentou a maior alta de faturamento: 35%.

Na sequência aparecem açougues e peixarias (17,3%), produtos alimentícios (13,3%) e supermercados (12%). Também tiveram crescimento no faturamento a venda de produtos farmacêuticos (11,6%), gás liquefeito (8,6%) e materiais de construção (8,2%).

O resultado positivo deste setor, no entanto, não foi suficiente para evitar a queda na arrecadação estadual do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Foi registrada uma queda de 7,91%, quando comparado com o exercício anterior, representando uma arrecadação menor de R$ 284 milhões.

De acordo com o gerente de Arrecadação e Cadastro da Sefaz, auditor fiscal Leandro Kuster, o Estado deu início a uma recuperação na arrecadação no final do primeiro semestre.

“Embora a arrecadação do ICMS, principal fonte de receita do Estado, não tenha chegada ao patamar do exercício anterior, percebe-se uma recuperação da receita a partir de junho. Para que esta tendência continue, a atividade econômica precisa melhorar”, disse Leandro.

Os segmentos que tiveram a maior queda no faturamento foram calçados (-56,7%), vestuário (-49,3%), bares e restaurantes (-45,7%), óticas (-41,8%), lojas de materiais esportivos (-34,7%), cosméticos (-30,5%), combustíveis (-29,6%), tecidos (-27%) e móveis (-19,4%).

Apesar da queda de tantos segmentos, o estudo aponta que, em junho, houve uma recuperação do setor varejista como um todo. Em abril, o faturamento do varejo foi de R$ 2,47 bilhões – uma queda de 17,6% na comparação com abril do ano passado.

Em maio, o faturamento subiu para R$ 2,85 bilhões e a queda na comparação com 2019 ficou em 4,6%. Em junho, a arrecadação voltou a subir, chegando a R$ 2,88 bilhões, e a queda na comparação com junho do ano passado ficou em 3,9%. O próximo boletim será divulgado em setembro.

 

Divulgação

O setor varejista hortifrutigranjeiro foi o que apresentou a maior alta de faturamento: 35%

 

ICMS: Fundap vai bem, indústria cai

Entre março e junho, o Espírito Santo aumentou a arrecadação de ICMS em alguns setores. O maior crescimento foi nas atividades do Fundap, que aumentaram 7,4%. Logo depois aparece o setor atacadista (5,1%), transporte (2,4%) e café (1,4%).

As quedas foram maiores nas indústrias (-36,4%), substituição tributária (-31,9%), energia elétrica (-29,1%) e no Simples Nacional (-19,7%).

O preço dos combustíveis, assim como o do petróleo Brent, caiu no início da pandemia, mas vem se recuperando. A gasolina iniciou o período analisado custando, em média, R$ 4,53, e fechou junho a R$ 4,04, apresentando uma redução de 10,8%.

O etanol iniciou março com o valor de R$ 3,82 e fechou junho com R$ 3,29 (-13,8%). Por fim, o diesel S10 e S500 iniciou o período com o valor de R$ 3,26 e encerrou o mês de junho com R$ 3,12 (-12,3%).

No preço do Brent foi observada uma das maiores variações. Em março, ele estava cotado a US$ 50,03 e chegou a US$ 19,33 no fim de abril. Desde então, o preço do petróleo vem se recuperando, mas ainda longe de atingir os patamares observados em março. No último dia de junho o Brent estava cotado em US$ 41,1.

 

Queda no consumo de energia elétrica

Nos quatro meses analisados na 5ª edição do Boletim da Receita Estadual – Impactos Econômicos da Covid-19 houve queda no consumo de energia elétrica. A maior queda aconteceu em maio, quando foram consumidos 1,27 bilhões de quilowatt-hora, um valor 29,2% menor que o registrado em maio de 2019. A redução média no período foi de 18%.

No Poder Público foi registrada a maior queda de consumo de energia, chegando a 37,22% de média. No comércio a queda média foi de 18,98%, e na indústria, de 11,4%. No comparativo com as demais classes, o consumo de energia elétrica nas residências apresentou a menor queda: 4,16%.

 

Abertura e fechamento de empresas

Mesmo que os efeitos econômicos do Coronavírus ainda estejam sendo sentidos pela sociedade, alguns pontos indicam uma retomada à normalidade. O número de concessões de novas inscrições estaduais chegou a 703 em junho – uma queda de apenas 2,6% na comparação com junho de 2019. Em maio, por exemplo, a queda chegou a 20,6%, e em abril, a 56%.

De acordo com o titular da Sefaz, Rogelio Pegoretti, percebe-se uma recuperação nos setores econômicos, em especial no varejista. Para ele, o estudo realizado pela Receita Estadual é fundamental para tomada de decisão do governo, pois é possível acompanhar como está sendo a retomada da atividade econômica e a situação fiscal, possibilitando uma melhor gestão dos recursos públicos.

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