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Ivan com a irmã, Sônia, em 2011
Por Daniel Porto
No dia 18 de março passado Linhares perdeu o jornalista e radialista Ivan Batista Cruz, vítima da Covid-19. Ele tinha 68 anos – faria 69 no dia 29 de junho – e uma trajetória marcante, fruto de muitas lutas e talento. Começou a trabalhar ainda jovem, passando por cerâmica e empresa de ônibus, entre outras ocupações.
O início na comunicação ocorreu em 1977, no jornal O Pioneiro, incentivado pelo jornalista Elber Suzano. Depois, trabalhou em A Tribuna e A Gazeta. Foi também produtor e apresentador do programa Ronda da Cidade, na Rádio Cultura AM, na década de 1980.
Uma de suas referências era a educadora Joacyr Carvalho Calmon, definida como uma mulher coerente, determinada e com um coração de portas abertas. A admiração de Ivan era tanta que, num certo Dia das Mães, lhe procurou e entregou flores.
O jornalista conta que estava triste porque havia perdido a mãe. “Espelhei em dona Joacyr o que foi a minha mãe e me senti muito feliz. Ela foi e continuará sendo uma grande lição de vida”, ressaltou.
Sempre que possível, curtia uma lagoa ou praia – tinha paixão por Conceição da Barra. Morou por 20 anos em Colatina, atuando profissionalmente, e retornou para Linhares em 2010. Gostava de contar piadas, de falar sobre o meio ambiente e de tocar violão e cantar.
No seu repertório não faltava Blowin’ In The Wind, de Bob Dylan, canção escrita em 1962 e lançada no ano seguinte. Ivan apreciava a mensagem de protesto e as perguntas sobre paz, guerra, liberdade etc. dos versos da música.
Ivan Batista deixava claro o amor e o respeito por todos os familiares, mas citava de forma especial a irmã, Sônia Maria Batista. E justificava: “O verdadeiro amor se conhece quando alguém divide vida com você. Eu vivi essa experiência ao receber um rim da minha irmã para continuar vivendo”.
Para Ivan, a adversidade na saúde foi um “divisor de água”, uma nova visão sobre o amor ao próximo pregado por Jesus. “A insuficiência renal foi um momento dramático e minha irmã é um anjo em minha vida”, costumava dizer. O transplante ocorreu em 2 de junho de 2004, no hospital Meridional, em Vitória.
Assim que a partida de Ivan foi confirmada, Sônia registrou em seu perfil numa rede social: “Meu irmão, você me deixou lindas e preciosas lembranças e elas ficarão eternamente em minha memória. Espero que você esteja em um lugar melhor”.
Em outra postagem, Sônia destacou: “E se foi o anjo que dizia que eu era sua ‘Anja’. Você alegrou as pessoas mesmo quando tinha motivos para chorar. Que Deus cuide de você para nós. A saudade já dói muito. Te amamos eternamente”.
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Ivan Batista Cruz em registro recente