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CPI apura a atuação de grupo do setor sucroalcooleiro no Estado
Instituída pela Assembleia Legislativa, a CPI da Sonegação analisa diversos casos polêmicos ocorridos no Espírito Santo. Um deles envolve o grupo Infinity Bio-Energy no Espírito Santo, empresa do setor sucroalcooleiro que teve falência judicial decretada.
Durante a reunião virtual de terça-feira (10), o colegiado aprovou pedido de quebra de sigilo bancário referente a uma transação financeira realizada em 2007, no valor de R$ 57 milhões, entre o Banestes e o Infinity.
O pedido de cópia integral do contrato de empréstimo é do deputado Marcos Garcia (PV), vice-presidente do colegiado, e foi aprovado pelo presidente, Marcelo Santos (Podemos), e pelo relator, Adilson Espíndula (PTB).
Na justificativa, Garcia argumenta que o caso aponta para “fortes indícios de que o grupo aplicou um golpe no Estado”. A dívida do Infinity com os credores já chegou a ser estimada em R$ 3 bilhões.
Criado em 2006, o grupo atuava na área de produção de etanol e teve seis usinas em funcionamento no país, sendo duas no Espírito Santo – em Conceição da Barra e em Pedro Canário.
O representante da empresa, Sérgio Thompson, chegou a ser recebido pelo governador Paulo Hartung na residência oficial da Praia da Costa, no dia 9 de março de 2007, para falar sobre os planos do Infinity.
Na ocasião, além de Sérgio Thompson e Paulo Hartung, participaram do encontro: o secretário estadual de Desenvolvimento, Guilherme Dias, o vice-governador Ricardo Ferraço e o então presidente da Assembleia Legislativa, Guerino Zanon.
A entrada do grupo Infinity nas regiões norte do Espírito Santo, leste de Minas Gerais e sul da Bahia, no ano de 2006, com a compra das usinas Disa, Cridasa e Alcana, deu-se em um momento de euforia do setor sucroalcooleiro no país.
No entanto, após as aquisições foram registrados vários problemas que levaram ao fechamento de usinas e milhares de trabalhadores ao desemprego, além de inúmeras dívidas com crediores.