Arquivo TERRAL
Guerino Zanon foi o candidato a governador mais votado em Linhares em 2022, à frente de Casagrande, que estava com Lula, e de Manato, correligionário de Bolsonaro (PL)
As eleições em Linhares mostram que o eleitor leva em conta questões locais e a credibilidade dos candidatos, e não o peso de partidos e nomes em nível nacional. O fato ocorre há décadas, apesar dos movimentos que já foram realizados com o objetivo de “estadualizar” e/ou “nacionalizar” o pleito municipal.
Para analisar o cenário, o TERRAL levantou informações relacionadas às últimas eleições. Em 2020, por exemplo, havia muita expectativa em torno da performance do PSL, partido do então presidente Jair Bolsonaro, e do PT, liderado há décadas pelo presidente Lula. No pleito, as duas siglas tiveram desempenhos pífios.
O candidato a prefeito do PT, professor Antônio de Freitas, recebeu apenas 594 votos, e a chapa de candidatos a vereador reuniu menos de 300 votos. Já o PSL não lançou candidato a prefeito e a sua chapa de candidatos a vereador ficou longe dos 4 mil votos necessários para conquistar uma vaga. De favorável, somente a boa votação do sargento Romanha, com 1.199 votos.
As eleições de 2022 também mostraram que o eleitor de Linhares não gosta de “estadualizar” ou “nacionalizar” a disputa. Tanto que, na corrida pelo governo do estado no primeiro turno, os principais candidatos ficaram atrás de Guerino Zanon (PSD) no município. Casagrande estava com Lula e ficou em segundo lugar; Manato (PL) apoiava Bolsonaro (PL) e terminou em terceiro.
Guerino não contava com nenhum “padrinho político” e obteve 35.231 votos (43,59%) em Linhares. Casagrande recebeu 22.840 votos (28,26%) e Manato 21.130 (26,15%). Há ainda outro exemplo de que no estado o eleitor vota com independência: no segundo turno a maioria elegeu Casagrande (eleitor de Lula) para governador e votou em Bolsonaro para presidente.