Quinta-Feira, 21 de novembro de 2024

Instituto diz que música em homenagem a Itaúnas é plágio

Publicado em 29/09/2020. https://jornalterral.com.br/t-xmW

Divulgação

A música ‘Pass’o Preto’, que homenageia Itaúnas, teria sido escrita em 1978 para Furnas (MG); Instituto João Ayres destaca que o direito autoral do compositor João Boa Morte foi desrespeitado.

Milhares de pessoas já ouviram e curtiram Pass’o Preto, música que homenageia Itaúnas, uma praia muito bonita situada em Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo. Defendida pelo Trio Lubião, a canção ganhou o Primeiro Festival Forró de Itaúnas, em 2001, e foi gravada por outros grupos de forró, como o Chama Chuva. Nessas gravações, a composição é atribuída a Leonardo Junqueira, assim como em Balada de Furnas, cantada por Lara Lacerda.

Porém, amigos do compositor João Boa Morte sustentam que a famosa homenagem a Itaúnas é um plágio. Trata-se, na verdade, de uma música feita para Furnas, em Minas Gerais. “A composição é do João Boa Morte, a melodia é de João Guimarães e a gaita, de Tarso Senra”, registra Tânia de Filippo, do Instituto João Ayres, localizado em Belo Horizonte (MG).

Procurada pelo TERRAL, Tânia disse: “A música Furnas foi composta no feriado de 7 de setembro de 1978, numa fazenda em Furnas. Um grupo de amigos se reuniu lá e havia lampião à gás, muito frio, noite estrelada e vários vagalumes. Ao amanhecer, após um pássaro preto pousar no pé do João, a canção foi concluída. Quando ouvi o plágio, não acreditei. Fomos violados no direito autoral”.

Luiz Alberto de Filippo confirma: “A música original foi feita em Furnas em 1978, por João Boa Morte. Posso garantir que a canção foi plagiada e usada indevidamente, pois eu e um grupo de amigos estávamos presentes quando o João fez a composição. O direito autoral foi desrespeitado, com certeza”.

João Boa Morte faleceu em 1993, deixando um legado de composições e o LP Planeta Coração gravado. O disco se transformou em CD em 2008, regravado pelos seus filhos. “O Instituto João Ayres vem trabalhando pela música e em homenagem a João, que muito fez nos anos 1970 e 80”, destaca Tânia.

 

 

Fotos: Instituto João Ayres

A letra original, de João Boa Morte (fotos), retrata Furnas (MG) e teria sido composta em 1978

 

 

Letras são atribuídas a Leonardo Junqueira

Na Internet é possível ter acesso a gravações de Balada de Furnas, cantada por Lara Lacerda; e Pass’o Preto, com o Trio Lubião e o grupo Chama Chuva. Em todos os casos, as letras, bem parecidas, são atribuídas a Leonardo Junqueira. “Leonardo não pode assumir a autoria das letras. Vamos defender a obra do João Boa Morte sempre que for necessário”, conclui Tânia de Filippo.

Fotos: divulgação

O Trio Lubião venceu o Primeiro Festival Forró de Itaúnas, em 2001, com Pass’o Preto

 

O Chama Chuva gravou Pass’o Preto no dia 19 de outubro de 2014, ao vivo, em Belo Horizonte

 

Lara Lacerda postou Balada de Furnas no YouTube

 

PASS’O PRETO

(Gravada pelo Trio Lubião e pelo grupo Chama Chuva)

Itaúnas quando o sol se põe / ouço segredos que o vento traz

Ao subir as dunas e olhar pro mar e o simples desejo de te amar demais

E aquela vontade de dar as mãos / meu prazer de olhar para as águas

Deitar numa rede sonhar seus mundos / se perder nas horas e andar sem rumo...

Oh... oh.. oh...

Na luz do lampião à gás / tudo que ela faz é me amar demais

Tudo que ela ouve é a minha gaita, minha voz / acendendo a canção que é de todos nós

Numa noite branda de muita paz / em uma noite fria em Itaúnas

Brilham as estrelas e os vaga-lumes / que embriagam em vinhos e perfumes

Ouvir um Pass’o Preto logo cedo, Pass’o Preto cantar de manhã..

Ouvir um Pass’o Preto logo cedo, Pass’o Preto quando é de manhã..

 

BALADA DE FURNAS

(Gravada por Lara Lacerda)

Em Furnas quando o sol se põe / ouço os segredos que o vento traz

Maior que o calor do meu blusão de lã / o simples desejo de te amar demais

Aquela vontade de dar as mãos / meu prazer de olhar para as águas

Deitar numa rede, sonhar meu mundo / me perder nas horas e andar sem rumo

À luz de um lampião de gás / tudo o que se faz é amar demais

Tudo o que se ouve é uma gaita é uma voz / acendendo a canção que é de todos nós

Numa noite branda de muita paz / em uma noite fria de Furnas

Brilham as estrelas e os vagalumes / me embriago em vinho, entre perfumes

E ouvir o pass’o preto logo cedo / Pass’o preto cantar de manhã

E ouvir o pass’o preto logo cedo / Pass’o preto cantar de manhã 

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