Terça-Feira, 3 de dezembro de 2024

Linhares perde o protagonismo de dona Therezinha

Publicado em 05/12/2021. https://jornalterral.com.br/t-N5n

Divulgação

Dona Therezinha de Jesus Mendes Gomes faleceu no domingo (5)

Por Daniel Porto

“Ao lado de uma grande mulher há sempre um grande homem”. A frase dita assim, há muito tempo, pela professora Pretextata Felix Porto, a Tatinha, meio brincando, meio à vera, representava na verdade um reconhecimento ao protagonismo de dona Therezinha de Jesus Mendes Gomes, uma mulher discreta e elegante que esteve ao lado de homens fortes, orientando, opinando e assumindo posições firmes.

Exemplos de homens que se destacaram: o pai, o produtor rural Manoel Salustiano de Souza (1900 - 1954), primeiro prefeito de Linhares eleito pelo voto popular, em dezembro de 1947, e eleito novamente em 1954; e o esposo, o médico Emir de Macedo Gomes (1924 - 2000), também eleito prefeito de Linhares e sete vezes seguidas deputado estadual – em 1958, 62, 66, 70, 74, 78 e 1982.

Como nada dura para sempre, dona Therezinha nos deixou na noite de domingo (5), aos 87 anos. Ela estava internada no hospital Rio Doce, em Linhares, e apresentava problemas de saúde. O corpo foi velado na capela do Centro e o sepultamento ocorreu na segunda-feira (6), às 16 horas.

Nascida em Belmonte, Bahia, em 20 de fevereiro de 1934, Therezinha mudou com a família para Linhares ainda pequena. Era filha de Judithe Reis de Souza e de Manoel Salustiano de Souza. Começou a namorar o médico Emir de Macedo Gomes em 21 de setembro de 1952 e selaram a união em 1954.

Tiveram três filhos: Manoel Salustiano Mendes Gomes, Pedro Mendes Gomes, ambos falecidos, e Emir de Macedo Gomes Filho. Sobrinha de dona Therezinha, Conceição cresceu com a família e não economiza elogios à tia e a Emir, a quem chamava de pai.

No livro O legado político de Emir de Macedo Gomes (D. Porto Editora, 2007), escrito pelos jornalistas Altemar Felix e Daniel Porto, dona Therezinha contou que estudava em Vitória quando começou o namoro com Emir. Para ficar perto do amado, costumava substituir professoras em Linhares. Também montou uma boutique e recebia uma boa mesada do pai. “O salário que eu ganhava na época era maior que o de um médico ou juiz”, disse.

O casamento com Emir ocorreu em 1954. “Foram dois anos de namoro e 46 anos de união com uma pessoa maravilhosa, até o falecimento dele, em 31 de janeiro de 2000. Vivemos um período de muita paz e felicidade. Emir era um médico excelente, um político honesto, que amava Linhares. Fazia de tudo para atender a população do município e do Estado”, destacou.

Arquivo TERRAL

O casamento com o médico e político Emir de Macedo Gomes durou 46 anos

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