Um dos políticos mais marcantes da história de Linhares é Samuel Batista Cruz. Habilidoso e carismático, ele foi vereador em duas legislaturas (1963-1966 e 1967-1970), prefeito por dois mandatos (1973-1976 e 1983-1988) e deputado estadual no período 1979-1982.
Nasceu em Laginha (MG) em 5 de maio de 1938 e faleceu ao se submeter a uma cirurgia no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, em 13 de outubro de 1994. Era filho de Maria Cecília Cruz e Felizardo Batista Cruz e teve nove irmãos: Izabel, Izaque, Rubens, Moisés, Natanael, Saulo, Ruth, Ester e Míriam.
Cursou o ensino fundamental em Laginha (MG), no Grupo Escolar Comendador Leite e Ginásio Rui Barbosa, e o ensino médio – Técnico em Contabilidade – em Linhares, na Escola Cenecista Afrânio Peixoto. Mais tarde, estudou Direito na Fadic (Faculdade de Direito de Colatina).
Casou-se com Maria José da Silva Cruz, conhecida como dona Zezé, em 31 de dezembro de 1958, com quem teve dois filhos: Eliziana Maria Batista Cruz Lubiana e Samuel Batista Cruz Filho. Atuou no ramo farmacêutico, sendo seis anos como empregado e 13 anos como proprietário de farmácia.
No livro Samuel Batista Cruz (D. Porto Editora, 1995), o jornalista Daniel Porto e o advogado Edson Neves Said registram que Samuel deixou Minas Gerais e chegou ao Espírito Santo em 1956, aos 18 anos, trazido pelo empresário Amilar Menezes para atuar como vendedor de lotes.
Samuel foi morar em Iconha, no Sul do Espírito Santo, e logo começou a trabalhar na farmácia do senhor Boaventura. Como o movimento nesta farmácia cresceu muito, o senhor Danilo Monteiro Castro, um concorrente, decidiu contratá-lo.
No início da década de 1960 Samuel Batista seguiu para a Japira, interior de Linhares, e montou a própria farmácia. Sempre atencioso, passou a ser incentivado a ingressar na política por eleitores e lideranças – como Floriano Rubim, Isaque Lopes Rubim e Antenor Elias.
Ele aceitou o desafio, ajudou a fundar o PTB e o PTN e ganhou para vereador em 1962, sendo reeleito em 1966 (já pelo MDB, partido no qual permaneceu filiado até falecer, em 1994). Em 1970 se candidatou a deputado estadual, obteve 3.105 votos e ficou na suplência.
Disputou a Prefeitura de Linhares em 1972, ao lado de Joel Roberte (vice), e foi eleito com 5.610 votos. Em 1976 ajudou a eleger o sucessor, Antônio Muniz dos Reis (MDB), que recebeu 6.033 votos.
Foi eleito deputado estadual em 1978 com 9.989 votos e ficou na Assembleia Legislativa até 1982, quando venceu novamente a disputa pela Prefeitura de Linhares, desta vez com 21.327 votos. Na ocasião, tinha como companheiro de chapa o sobrinho José Carlos Elias.
Em 1988, Samuel apoiou Elias para prefeito, mas este perdeu a eleição para Luiz Durão (PDT). Em 1990, ele e Elias (já no PTB) concorreram para deputado estadual e não se elegeram.
Em 1992, Samuel apoiou a vitoriosa campanha de José Carlos Elias para prefeito. Outra alegria dele no mesmo ano foi o fato de Armando Batista Viola (PMDB), um de seus principais aliados, ter sido convocado para assumir uma vaga na Câmara dos Deputados. Viola tinha ficado na suplência nas eleições de 1990 e foi beneficiado com a vitória de Aloísio Santos para a Prefeitura de Cariacica.
Samuel, então, pode optar entre o cargo de secretário municipal – chegou a ser nomeado por José Carlos Elias – e o de diretor de Suprimentos da Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas S/A), uma indicação de Armando Viola, optando por trabalhar na Escelsa.
Foi nessa condição que faleceu na noite de 13 de outubro de 1994, uma quinta-feira, em São Paulo, ao ser submetido a uma cirurgia no Instituto do Coração (Incor). O corpo chegou a Linhares às 14h30 do dia seguinte (14). Foi velado na capela da Igreja Velha, no Centro, e o sepultamento ocorreu às 15 horas de sábado (15), no Cemitério São José, que fora inaugurado por ele em 1975.
Daniel Porto – Arquivo do TERRAL
Samuel Batista Cruz é um dos políticos mais marcantes da história de Linhares