Reconhecido como uma das maiores estruturas de saúde pública do mundo, o Sistema Único de Saúde (SUS) completou 30 anos no sábado (19). Na avaliação do Ministério da Saúde, com a pandemia do novo coronavírus (covid-19) é possível constatar a força e importância do SUS, que atende cerca de 70% da população.
Sob a gestão e união dos três entes – governo federal, estados e municípios -, a pasta garante assistência aos pacientes infectados pela covid-19 e o atendimento daqueles que necessitam de tratamentos especializados.
Entre os grandes desafios do SUS estão a oferta de serviços e a parte financeira. Em meio à demanda sempre crescente, especialistas da pasta defendem um serviço eficiente para atender em quantidade adequada e em tempo oportuno as demandas e necessidades. E que os recursos sejam distribuídos de forma a alcançar o melhor resultado possível, sem fraudes ou desvios.
O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes, faz ressalvas sobre o enfrentamento da atual pandemia. Para ele, a resposta do SUS foi “de razoável para boa”. O médico destacou o fato de hospitais terem sido reequipados e as equipes recompostas nos últimos meses, mas levantou dúvidas se esses ganhos serão mantidos ou se voltarão ao estágio pré-pandemia.
Fernandes acrescentou que a resposta poderia ter sido mais eficiente se a atenção básica não tivesse perdido investimentos ao longo dos últimos anos. “Nesse período de pandemia, os profissionais estariam mais preparados para dar o primeiro atendimento e fazer uma filtragem correta desses casos. Além disso, não haveria necessidade dessa ida em massa para os serviços hospitalares”, avaliou.
César Fernandes frisou que o sistema público de saúde consegue oferecer serviços de excelência em algumas áreas, mas ainda sofre com a precarização. Para o médico, é preciso investir mais na carreira dos profissionais de saúde e na atenção básica.
De acordo com Fernandes, as unidades básicas de saúde precisam ser fortalecidas no Brasil. “É ali que o paciente chega, que se faz o primeiro atendimento, o diagnóstico, e que se começa o tratamento”, enfatizou. Para ele, a questão não é falta de médicos; é construir possibilidades para que o jovem médico, bem formado, tenha atratividade para ir para os pequenos centros e as cidades mais longínquas.
“Temos que criar a figura do médico de Estado, assim como tem a carreira no Judiciário”, finalizou.
Agência Brasil
O SUS é reconhecido como uma das maiores estruturas de saúde pública do mundo