Fotos: Divulgação
Romulo Musiello Filho é um dos principais nomes da cultura capixaba
Um dos principais nomes da cultura capixaba, o artista Romulo Musiello Filho, o Rominho, fixou residência em Regência, Linhares, no dia 22 de outubro do ano passado. Na vila, instalou um ateliê e agiliza a produção do BOA – Bonecos & Outras Artes.
Ele já esteve em todos os campos da arte: fotografou, fez produção audiovisual, atuou no teatro, escreveu livro etc. Com o isolamento na pandemia, voltou a produzir bonecos, talento que exerce desde a década de 1970, quando integrava o Grupo Ponto de Partida.
Rominho nasceu na rua Sete de Setembro, Centro de Vitória, em 2 de maio de 1957. Na adolescência, começou a trabalhar como assistente do fotógrafo Antônio Albuquerque, que tinha um vínculo com a Fundação Cultural e cobria as atividades realizadas no Teatro Carlos Gomes.
A paixão pelo teatro foi tamanha que, ao ser aprovado no vestibular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em 1977, para estudar Comunicação Social, logo se inscreveu numa peça e iniciou a carreira de ator. Surgia naquele período o conhecido Grupo Ponto de Partida, que se manteve em atividade até 1986, viajando pelo Espírito Santo e outros estados.
Para Rominho, essa experiência representa a sua formação, pois o grupo fazia um teatro autêntico e em equipe. As ideias eram construções coletivas e cada um tinha uma tarefa no coletivo. Ele cita como trabalhos representativos na carreira: No Reino do Rei Reinante, Flicts, Ed Wilson, o Bandido da Luz de Neon e Midubin, entre outros.
Mesmo priorizando o teatro, Rominho exerceu outras funções: trabalhou em veículos como a revista ES Agora e o jornal A Tribuna, no Departamento Estadual de Cultural (DEC) e em diversas produções, emprestando o seu talento para vários projetos profissionais e diferentes iniciativas artísticas.
A mais recente produção do BOA – Bonecos & Outras Artes
Salamandra, a mulher elástico
Rominho empresta o seu talento para diferentes iniciativas
Da série Paisagens Imaginárias: colagens produzidas com fotos de Regência clicadas por Rominho
Homenagem aos pais
Divulgação
Fotos de Evanda de Figueiredo Musiello, mãe de Rominho
Rominho nunca escondeu a paixão pelos pais, Evanda de Figueiredo Musiello e Romulo Musiello. Quando dona Evanda faleceu, aos 93 anos, em 28 de julho de 2020, ele registrou. “Hoje a finitude, única certeza da vida, esgotou o tempo de minha mãe. Não, não posso dizer que a perdi, pois ela sempre estará comigo. Que ela se foi? Também não, ela faz parte minha formação, está em mim. Sua vivacidade e o seu calor continuarão presentes nas lembranças”.
Ele prosseguiu: “Desnecessário falar dela, como era, como cuidava da família, todos nós sabemos perfeitamente do amor farto que ela distribuía. Ela nunca estará ausente nas conversas, nos pensamentos e na saudade. De nada posso reclamar. Tenho muito orgulho do pai e da mãe em que num destino fui abrigado. Digo até que por isso fui e sou muito feliz”.
“Tenho plena certeza que, seja para onde foram ao partir daqui, seguiram sabendo que eram e continuam sendo muito amados. Continuarão sendo, pois deixaram um rastro de exemplos, de respeito, amor, solidariedade, compreensão, acolhimento...”
Rominho concluiu: “Meu pai e minha mãe, muito obrigado por me darem a base de minha constituição. Estarão sempre comigo. Sou parte de vocês”.