De acordo com o censo de 2010, o bairro Interlagos possuía 26.556 habitantes. Atualmente, o número gira em torno de 30 mil moradores. Com uma população tão expressiva, vários que ali residem ou residiram tornaram-se pessoas marcantes. Uma delas é o senhor Albertino Matias dos Santos, conhecido por Cabo Albertino. Muitas foram as amizades e lembranças deixadas por ele.
De acordo com seus familiares, Cabo Albertino era um autêntico cidadão linharense, nascido e criado na cidade, como ele mesmo gostava de dizer. Aos 23 anos, já casado com a senhora Ednea da Silva Santos, mudou-se do bairro Aviso para o bairro Interlagos.
Foi ali que seus três filhos: Patrícia Silva Santos Lima, Bruno Silva Santos e Anderson Silva Santos nasceram e foram criados. E foi no bairro que eles casaram e tiveram suas filhas. Sim! O Cabo Albertino teve somente netas, e elas eram os “xodós do vovozinho”. Era dessa forma carinhosa que se referia às netas.
Cabo Albertino veio de uma família humilde do bairro Aviso, filho do vigilante Antônio Porto e da dona de casa Geny Nunes Silvestre. Mas, desde pequeno foi visionário, se destacando na escola e em meio aos colegas. E tornou-se um homem determinado.
Mesmo passando por muitas dificuldades financeiras durante a infância e a adolescência, e tendo iniciado sua vida profissional como ajudante de pedreiro, conseguiu realizar o sonho de ser policial militar. Aos 23 anos iniciou a carreira na PM, instituição na qual permaneceu até se aposentar, tendo 52 anos naquela ocasião.
Foram 29 anos dedicados a cumprir o papel na sociedade, com empenho, coragem e honestidade. Em toda carreira não houve um relato sequer de ação desonesta. Com esse histórico, ganhou o respeito da corporação, a cumplicidade e apoio da população e a admiração da esposa e filhos, dos quais tanto se orgulhava.
Os filhos o tinham como exemplo de integridade e caráter. Inspirados na postura do pai, seus dois filhos decidiram trabalhar na área da segurança e hoje são inspetores penitenciários. O Cabo Albertino era querido por pessoas de diferentes faixas etárias. Era um pai amigo e companheiro, fazendo com que os amigos dos filhos tivessem por ele grande admiração.
Seus filhos relataram que ele gostava de contar sobre quando foi morar no bairro Interlagos. Descrevia como eram as ruas e de como suas pernas ficavam empoeiradas por ter tido o privilégio de jogar bola nas ruas sem asfalto.
Falava de como eram as casas naquela época, dos poucos pontos comerciais existentes e seus olhos brilhavam ao referir-se à lagoa do Meio que, segundo ele, atravessava à nado sempre que queria ir ao bairro Aviso.
Durante os anos que viveu em Linhares acompanhou o progresso da cidade e, consequentemente, do bairro no qual residiu até completar os 55 anos, quando veio a falecer em decorrência de um câncer.
Cabo Albertino foi uma figura marcante no bairro e seus jargões ainda são lembrados, tais como:: "Nego duro não fala fanhoso" e "Comigo não tem meu pé ‘tá doendo”. Deixou um legado relevante e boas ações não apenas para os seus familiares, mas para todos que o conheceram.
Fotos: Divulgação
Cabo Albertino se dedicou 29 anos à Polícia Militar
Com a esposa Ednea da Silva Santos
Os filhos Patrícia, Bruno e Anderson e as netas Eduarda e Brena
Cabo Albertino com a neta Amanda