Segunda-Feira, 29 de abril de 2024

Covid-19 interrompe trajetória de Armando Batista Viola

Publicado em 09/09/2020. https://jornalterral.com.br/t-Bkd

 

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Armando Viola faleceu na madrugada de terça-feira (8) aos 76 anos

 

O professor, advogado e político Armando Batista Viola faleceu na madrugada de terça-feira (8) aos 76 anos. Ele estava internado desde sexta-feira (4) num hospital de Linhares por causa de infecção urinária e com diagnóstico confirmado de Covid-19. O corpo foi sepultado no cemitério São José, sem velório, em meio a muitas homenagens nas redes sociais – prestadas por eleitores, familiares e autoridades.

Armando Viola gostava de fazer discursos inflamados e contundentes. Nasceu em Ibituba, distrito de Baixo Guandu (ES), no dia 29 de setembro de 1943, e ainda jovem começou a dar aulas na rede estadual. Passou também a comandar times de futebol nas escolas nas quais lecionava, ganhando projeção no município.

Após o início do regime militar, em 1964, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição, e se candidatou a vereador no pleito de novembro de 1966. Eleito, ocupou o cargo – e a presidência da câmara – na legislatura 1967-1970.

Em virtude do bom trabalho realizado, em novembro de 1970 disputou a prefeitura e venceu, tendo como vice Renato Almeida Santos, até então seu colega de bancada no legislativo. Curiosamente, a vitória ocorreu sobre dois vereadores: Iussif Amim (candidato a prefeito) e Carlos Fick Neto (vice).

 

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Viola nasceu em Ibituba, distrito de Baixo Guandu (ES), no dia 29 de setembro de 1943

 

Acervo do museu da Paróquia São Pedro de Baixo Guandu

Assinatura da Ordem de Serviço para a construção de jardim de infância, em 1971.
Sentados: o governador Christiano Dias Lopes Filho (E) e o prefeito Armando Batista Viola (C).
Em pé, à direita, o padre Alonso Benício Leite. Os demais eram assessores do governador

 

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Armando Viola cavalgando – e fazendo a alegria da criançada

 

Parceria sólida com Samuel Batista

Armando Viola concluiu o mandato na Prefeitura de Baixo Guandu em 31 de janeiro de 1973 e prosseguiu cursando Direito numa faculdade de Colatina. Foi quando se aproximou de Samuel Batista Cruz, prefeito de Linhares no período 1973-1976. Começava ali uma parceria que só terminaria em 13 de outubro de 1994, com o falecimento de Samuel.

Armando Viola foi diretor de Compras e secretário de Planejamento da Prefeitura de Linhares, entre 1975 e 1978, e ganhou as eleições para deputado estadual em 1982 e 1986. Candidatou-se a deputado federal em 1990 e ficou na suplência, assumindo o cargo em 4 de janeiro de 1993, no lugar de Aloísio Santos, eleito prefeito de Cariacica em 1992.

Assim que tomou posse em Brasília, Viola articulou a nomeação de Samuel Batista Cruz como diretor de Suprimentos da Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas S/A), função que Samuel exerceu até 13 de outubro de 1994, quando foi submetido a uma cirurgia no Instituto do Coração (Incor) em São Paulo e não resistiu.

Ao tomar conhecido do fato, Armando Viola disse ao TERRAL: “Estou arrasado com a perda do meu grande líder político. A família dele era a minha família. Ele praticamente me deu três mandatos [dois de deputado estadual e um de deputado federal]. Fiquei muito triste com essa perda irreparável”.

O depoimento está registrado no livro Samuel Batista Cruz, escrito pelo jornalista Daniel Porto e o advogado Edson Neves Said, lançado em 1995 pela D. Porto Editora.

Viola também desempenhou as funções de procurador da Assembleia Legislativa e de diretor geral da Assembleia, cargo que ocupou de fevereiro de 1997 a janeiro de 1999. Em 2000 chegou a se lançar candidato a prefeito de Linhares, pelo PDT, mas cedeu o lugar para o agropecuarista Nozinho Corrêa na reta final da campanha.

Em 2003 perdeu o controle do PDT de Linhares, entregue por lideranças estaduais ao grupo do então deputado federal José Carlos Elias (PTB). A partir daí, reduziu a militância partidária e ampliou as orientações que dava com prazer para aqueles que o procuravam.

Dedicava parte do tempo também para o Centro Espírita Orixalá (CEO), que iniciou as atividades em Linhares em 9 de junho de 1979 e do qual era médium fundador.

 

Arquivo do TERRAL

Armando Batista Viola, sobre Samuel Batista Cruz, em 1994: “Estou arrasado com a perda do meu grande líder político”

 

Lideranças lamentam perda

Em contato com o TERRAL, o médico João Gama Filho afirmou: “Perdemos um companheiro de lutas e um defensor intransigente das coisas de nossa terra! Fiel escudeiro de Samuel Batista, Viola inseriu seu nome com grandeza na história política do Espírito Santo. Nossas condolências à família”. João Gama foi seu colega no MDB e também venceu os pleitos de 1982 e 1986 para deputado estadual.

O presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), registrou em suas redes sociais: “É com tristeza que recebi a notícia do falecimento do ex-deputado Armando Viola. Mais uma vítima da Covid-19. Iniciou carreira política em Baixo Guandu como vereador, foi prefeito do município e deputado estadual por dois mandatos. Que Deus conforte a família!”.

A Prefeitura de Baixo Guandu decretou luto oficial e o ex-prefeito Chico Barros comentou: “Ficam as boas lembranças e as boas lutas pela redemocratização do Brasil. Descanse em paz, Armando! Meus sentimentos à família e amigos”.

 

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João Gama Filho: “Perdemos um companheiro de lutas”

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