Daniel Porto - TERRAL
Pessoas numa calçada da avenida Vitória, no Centro de Linhares
O número de pessoas vivendo em situação de rua cresce a cada dia em Linhares e causa transtornos – e até risco de morte - a moradores. O problema é grave e, na opinião de muitos, não é tratado com a devida atenção pelo poder público. Desinteresse pelo trabalho, desequilíbrio familiar e transtorno mental são fatores que levam a essa condição e devem ser debatidos, proporcionando informações importantes e políticas assistenciais assertivas.
O triste cenário registrado em Linhares aflige o país. Levantamento recente divulgado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua mostra que 328 mil pessoas vivem dessa forma no Brasil. O estudo apontou ainda que sete em cada dez não terminaram o ensino fundamental, e 11% se encontram em condição de analfabetismo, dificultando o acesso às oportunidades de trabalho.
Há de tudo: pessoa com transtorno mental, problema familiar, droga, quem sai de uma cidade ou estado em busca de emprego e acaba na rua e quem simplesmente decide viver dessa maneira. Para especialistas, faltam políticas públicas para tentar reverter a situação. Uma delas é a habitacional. Muitos defendem que não se ressocializa nenhum ser humano na rua, e que ele deve seguir para uma casa, com ou sem acompanhamento psicossocial.
Em Linhares, muitos acreditam que o quadro vai mudar. Isso porque, no plano de governo que apresentou durante a campanha, o prefeito Lucas Scaramussa (Podemos) reconheceu o problema e prometeu atacá-lo. Ele destacou que as políticas públicas de saúde, segurança e educação não acompanharam o crescimento econômico, tornando o desenvolvimento insustentável do ponto de vista do bem-estar social.
Para Lucas, a cidade atraiu investimentos, mas não conseguiu envolver os moradores nesse processo de evolução, e por isso Linhares precisa de mudanças reais na gestão pública e na forma de dialogar. Para tanto, ele propõe inovar nas práticas de gestão e na maneira de entregar políticas públicas, “para transformar a cidade e devolvê-la ao lugar de destaque que ela merece. Acreditamos fielmente nisso”, finaliza.