Fotos: Arquivo TERRAL
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Cultivo de mamona (baga) serviu para que os moradores passassem a chamar o lugar de Bagueira
Situada a 18 quilômetros do Centro de Linhares, a Vila Bagueira cresce a cada dia, valorizando as fazendas, chácaras e lotes da localidade. Possui cerca de 600 eleitores, 200 famílias e fica a nove quilômetros da entrada principal da Lagoa Nova, em meio a matas, cafezais e complexo lacustre.
O acesso se dá por intermédio de rodovia toda asfaltada, o que facilita o escoamento da produção agrícola e o deslocamento dos moradores. O lugar conta com unidade de saúde, escola, ruas pavimentadas e calçadas cidadãs, além de redes de drenagem pluvial e esgotamento sanitário.
Possui ainda estação de tratamento de esgoto, viabilizada pela Fundação Renova como compensação pelos danos causados pelo rompimento da barragem em Mariana (MG), em 2015, e um campo de futebol denominado Arthur Santana em homenagem a um dos desbravadores da região.
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Estação de tratamento de esgoto viabilizada pela Fundação Renova
O que muitos não sabem é que o nome Bagueira surgiu a partir de uma extensa plantação de mamona, com sementes tipo baga, realizada pelo produtor rural Arthur Santana. Quem conta essa história é o empresário Edval, filho de Arthur, cujo nome se destaca também na história de Rio Bananal.
De acordo com Edval Santana, o seu pai era muito arrojado e ficou sabendo que o investimento em mamona era vantajoso, pois é dela que se extrai um óleo de excelente propriedade e utilidade. Estudos mostram que de cada 100kg de mamona em bagas é possível apurar cerca de 45kg de óleo.
O professor Reinaldo Nunes de Oliveira explica que o óleo de mamona pode ser um bom substituto do petróleo na síntese de diversos produtos, como lubrificantes e fluidos usados em aeronaves e automóveis, além de servir para o biodiesel (ou diesel vegetal), combustível alternativo e renovável.
Edval afirma que a produção da mamona cultivada pelo pai foi satisfatória, mas a dificuldade para transportá-la do lugar impediu que o investimento desse bom retorno financeiro. “O meu pai se dedicou à produção mas não se atentou para o gargalo que teria em relação à logística”, analisa.
Se o negócio não foi à frente, o nome, sim. “As pessoas diziam que iriam para a baga, daí passaram a falar bagueira e hoje temos a Vila Bagueira. A plantação de mamona do meu pai não deu certo, mas serviu para dar nome a essa linda localidade de Linhares”, finaliza Edval Santana.
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Plantação de mamona com sementes tipo baga