Um estudo para mapear a biodiversidade da flora, as condições do solo e da paisagem nas áreas de nascentes, margens de rios e recarga hídrica da bacia do rio Doce está em andamento em Minas Gerais e no Espírito Santo.
O maior inventário florestal em andamento no país, realizado pela Fundação Renova, abrange 87 mil quilômetros quadrados e cerca de 220 hectares de área amostral, incluindo 230 municípios.
Nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) e áreas de recarga hídrica são instaladas unidades amostrais (UAs). Nesses locais são coletadas informações da biodiversidade, amostras de solo e ramos da vegetação e feitas análises do solo. O estudo utiliza tecnologia avançada.
Cada área é mapeada e georreferenciada e as árvores recebem uma placa com QR Code, formando um banco digital da bacia do rio Doce. Por meio do código, qualquer pessoa poderá acessar com o celular as informações daquela árvore, como o nome científico e popular, a altura, o diâmetro do tronco e o tamanho da copa.
Esse diagnóstico é fundamental para nortear as ações de restauração florestal da Fundação Renova, que possibilita mensurar e comparar o avanço do processo de recuperação ambiental com os ecossistemas de referência da bacia. Também vai identificar as áreas que merecem mais atenção no processo de restauração florestal.
Os resultados serão disponibilizados para os órgãos ambientais de Minas Gerais e do Espírito Santo e podem servir como base para o desenvolvimento de políticas públicas ambientais para a bacia do rio Doce.
A área de abrangência do inventário florestal foi dividida em nove sub-bacias: Suaçuí, Piranga, Santo Antônio, Pontões e Lagoas, Manhuaçu, Caratinga, Piracicaba, Santa Maria do Doce e Guandu.
A previsão é que o trabalho seja concluído no fim de 2020. O trabalho começou pela sub-bacia Pontões e Lagoas (ES), nos municípios de Rio Bananal, Sooretama, Linhares, Colatina e Pancas.
O especialista do Programa Uso Sustentável da Terra da Renova, Fábio Nabeta, explica que esse trabalho é um diagnóstico para obter informações qualitativas e quantitativas dos ecossistemas de referência da bacia.
“O inventário vai calibrar as metas dos indicadores ecológicos, que avaliarão o sucesso da restauração florestal. Os indicadores são a diversidade de espécies nativas, a densidade de espécies nativas, a cobertura vegetal e a cobertura de espécies invasoras”, destaca.
Fotos: Vicente de Morais Júnior
Cada área é mapeada e as árvores recebem uma placa com QR Code, formando um banco digital da bacia do rio Doce