Fotos: Divulgação e TERRAL

Sala do cinema lotada; foram necessárias três sessões para atender o público

Bela Nogueira (E), Daniel Bittencourt (C) e Dalcenir Porto (D) com o casal Samara Marim - Lucas Scaramussa
Por Daniel Porto e Marcelo Martins
O lançamento do curta Fubica: O Filme, sexta (20), no Cine Ritz Conceição, em Linhares foi um sucesso. Foram necessárias três sessões para atender o público. A sala comporta 150 pessoas.
Em seguida, os presentes curtiram shows de Weverson Pessoti e de Dalcenir - com o minitrio Fubica, tudo perto do cinema e de famosa cervejaria artesanal.
Protagonizado pelo cantor Dalcenir Porto, que lidera o minitrio Fubica desde o seu surgimento, em 1994, o filme tem direção geral e de fotografia do linharense Daniel Bittencourt, que produziu o trabalho em parceria com Bruno Sibílio.
Assina como produtora executiva Bella Nogueira. O filme já está disponível no YouTube pelo link
https://youtu.be/zGxgtkCk3MQ?si=K7CU83L3ottXUSmf
“Fubica: O Filme” foi patrocinado pela Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Cultura de Linhares, do Ministério da Cultura (MinC) e do governo federal.
Na vastidão de um Brasil onde o batuque pulsa nas esquinas e a memória se embriaga de verão, há um canto bucólico chamado Regência Augusta, em Linhares, que, ao contrário de esquecer, reinventa o que ama.
Ali, quando os clarins anunciam o verão, não é só o sol que aparece iluminando a cena: vem junto o som alegre do “Fubica”, esse minitrio elétrico, montado numa Ford F-100 de 1960, que é menos trio e mais coração ambulante.
E agora, como quem coloca uma marchinha num envelope e a envia para o futuro, essa história virou cinema.
O filme não é só o som, mas a alma de um movimento cultural que se recusa a ser apenas lembrança. O curta é mais do que um registro: é celebração, catarse, resistência.
Há algo de poético nesse resgate. A ideia nasceu no luto brasileiro, durante a pandemia da Covid, quando Daniel Bittencourt viu amigos partirem e entendeu que registrar o que nos alegra é também preservar o que nos cura.
Daí, o Fubica – esse veículo antigo e improvável de alegria comunitária – virou protagonista de um documentário que transita entre marchinhas, memórias e o som das águas do Rio Doce e as ondas do Atlântico.
O filme é um mosaico de vozes que constroem um só refrão: o da cultura que pulsa naquela gente que conhece de perto.
Tudo começou em 1994, quando o compositor e cantor Dalcenir Porto decidiu que o carnaval podia ser outro: menos axé do rádio, mais alma do povo.
O nome Fubica homenageia o primeiro trio elétrico de Dodô e Osmar na Bahia, lá nos idos de 1950, mas o que se faz em Regência tem sotaque próprio – frevo, marchinha, sambas… e o resto vem do vento soprado do litoral do herói pescador Caboclo Bernardo.
Hoje, quando o Fubica percorre as ruas, arrastando crianças, pescadores, turistas e encantados, é mais do que som: é pertencimento. E quando o verão acaba, como quem se recusa a esperar um ano inteiro pela festa, a comunidade inventa o “Mica Fubica” – um carnaval fora de época.
Após a exibição em três sessões do Fubica: O Filme, teve música ao vivo com Weverson Pessoti e Dalcenir e o minitrio.
E o Fubica comandou a festa como sempre fez, agora com a bênção da sétima arte. Porque a música não pede licença para entrar. Vai chegando, tomando conta e ficando em nosso imaginário.
E se um dia disserem que o Brasil esqueceu como se alegra, como se une, como se inventa no meio de sofrimentos, bastará apontar para esse filme. “Fubica” é mais que um minitrio. É fazedor de sonhos e da alegria coletiva.
Parabéns a todos os envolvidos!

Bela Nogueira, Dimas Porto e os casais Eliane - Tião Silva e Alciene - Daniel Porto no evento

Aguardando o início do filme: Estênio, Ananda, Iorran, Dalcenir e Daniel