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O faturamento do varejo dever ter alta de 9,8% em relação a igual período do ano passado
O Natal é a principal data comemorativa do varejo brasileiro, tendo respondido por 22% do total das vendas de dezembro nos últimos dez anos. Estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que ele deve movimentar neste Natal R$ 57,48 bilhões em vendas, com alta do faturamento de 9,8% em relação a igual período do ano passado.
Descontando a inflação, o volume de vendas sofrerá retração pelo segundo ano consecutivo, da ordem de 2,6%. O economista sênior da CNC, Fábio Bentes, registra que o aumento no faturamento deve ser corroído pela inflação de dois dígitos. Apesar de o fluxo de consumidores estar voltando aos níveis pré-pandemia, ele observa que o bolso dos consumidores está diferente.
Bentes lembra que no Natal do ano passado a inflação estava na casa dos 5% a 6% e que hoje é maior. O país tem juros mais altos também, o que torna o crédito nada atraente para o consumidor. Em dezembro do ano passado, a taxa média de juros ao consumidor estava em 37% ao ano e agora deve ficar acima de 45%. “Isso faz diferença na hora do consumo a prazo”, diz.
O ramo de supermercados deve ser o destaque no Natal deste ano, respondendo por 38,5% (R$ 22,11 bilhões) do volume total, seguido pelos estabelecimentos de vestuário, calçados e acessórios, com 35,3% (R$ 20,28 bilhões) e pelas lojas de artigos de uso pessoal e doméstico, com 13,2% (R$ 7,6 bilhões).
Do ponto de vista do emprego, a expectativa da CNC é de que sejam criadas 89,4 mil vagas temporárias para o Natal, 31% maior do que as contratações para o atípico Natal de 2020, porém inferior às 91,6 mil vagas criadas para a data em 2019. A maior oferta de vagas contempla lojas de vestuário, calçados e acessórios, hiper e supermercados e para lojas de artigos de uso pessoal e doméstico.