Arquivo TERRAL
Os processos e ações que partem do judiciário e da polícia desgastam agentes políticos e repercutem junto a população
A política pode ser definida como “a arte ou ciência de governar”. Otimista, a prefeitura registra em sua página no Facebook que Linhares é “a cidade futuro do Espírito Santo”. Retórica ou narrativa à parte, o fato é que, conforme ocorre de tempos em tempos, o município sofre desgaste em razão de casos envolvendo agentes políticos.
Há processos e ações que partem do judiciário e da polícia, por exemplo, e repercutem junto a população. Os representantes do legislativo e executivo foram eleitos em novembro de 2020 e assumiram seus respectivos cargos em 1º de janeiro deste ano. De lá para cá vários problemas ocorreram, como mostra levantamento do TERRAL.
Logo após a eleição de novembro o vereador Valdir Maciel (Podemos) foi acusado de ter comprado votos Ele foi condenado à perda do mandato em primeira instância e o caso seguiu para o Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo. No dia 8 de julho, por sete votos a zero, os desembargadores confirmaram a sentença. Os advogados de Valdir negam as acusações.
Outro caso ocorreu no dia 11 de fevereiro, quando o Ministério Público do Espírito Santo deflagrou a Operação Consultório do Crime, para investigar a possível prática de "rachadinha". A ação teve como alvo o vereador Carlos Almeida (PDT), que negou as acusações. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e uma pessoa foi detida por porte ilegal de arma de fogo.
Na quinta-feira (29/7), moradores de Linhares foram surpreendidos com a prisão do vereador Waldeir de Freitas (PTB) em Belo Horizonte (MG). De acordo com a polícia, ele teria mandado matar o ativista político e ex-candidato a vereador Jonas Soprani (PSB). Waldeir nega a participação no crime. Jonas foi assassinado a tiros em um bar no bairro Novo Horizonte no dia 23 de junho.
O caso teve desdobramento na noite de segunda-feira (2) com a morte de Jhulian Harlei Alves de Souza, o Dudu, após troca de tiros no Pó do Shell. No confronto, o policial militar Richard Pereira Rocha, de 35 anos, foi atingindo na cabeça e morreu logo após ser socorrido. Dudu é apontado pela Polícia Civil de ser um dos atiradores envolvidos na morte do ativista Jonas Soprani.
O burburinho não envolve apenas o judiciário e a polícia. Há ainda o embate político. Em sessão realizada pelo legislativo na segunda-feira (2), a maioria dos vereadores manteve o veto do prefeito Guerino Zanon (MDB) ao projeto que pretendia instituir a Lei da Ficha Limpa Municipal, de autoria dos parlamentares Professor Antonio César e Juarez Donatelli, ambos do PV.
O projeto é considerado de forte apelo popular e havia sido aprovado por unanimidade pela câmara na sessão de 7 de junho passado. Porém, foi vetado pelo executivo por, segundo as suas justificativas, conter vícios de inconstitucionalidade. Levado novamente à votação, a maioria dos vereadores manteve a decisão do prefeito.